sábado, 28 de novembro de 2009

Lua Nova

Caro leitor, vamos aos comentários...
1º Gisele, Matheus e Karl foram à Franklin (um mercado negro aqui em Santiago que vende as coisas super baratas). Joana foi pra casa do Eric. Somente eu, Pollo e Victor ficamos em casa. Arrumamos a casa. Detalhe, inventei de comprar cloro e coloquei na maquina pra lavar com minhas roupas escuras. Nem preciso dizer que manchei tudo, né? O pior foi que a minha calça do trabalho também estava lá. Nem sei o que vou fazer, mas vou deixar pra me preocupar na segunda, por que ainda estamos no começo do sábado e eu vou aproveitar sem preocupações.
2º Falei com Aline hoje. Dei a ela a missão de ir até a casa da minha vó e pegar uma foto, por que quero fazer um presente pra ela. Disse pra ela se preparar por que minha vó vai alugar a mente dela.
Fiquei sabendo de altas histórias do Bruno (meu primo). Soube que apanhou da polícia, que quase tomou um tiro e que pra completar, está saindo com um cara gay que está o sustentado.
3º Fui ao cinema assistir Lua Nova. Como todas as adaptações, o filme foi uma merda! Mas o que contou foi a “companhia” que de fato, valeu o filme inteiro! Comprei pipoca e ganhei um chocolate que coloquei no bolso. Quando o filme acabou, descobri o chocolate derretido no meu bolso.
4º Saí do cinema e fui direto no trabalho da Carol. Ela mais cedo, tinha me enviado uma mensagem pro meu Facebook pedindo pra encontrar com ela, quando ela saísse do trabalho. Mas cheguei cedo demais. Ainda eram 23:00 e ela só saía às 01:00. Ela cometeu o erro de me contar que estava afim do Victor. Disse a ela que voltaria quando ela saísse. Cheguei em casa e busquei Victor (que no caminho, soube de tudo) e Gisele (pra me fazer companhia). Íamos esperá-la em um bar de estrangeiros, mas fomos barrados. Detalhe, foi o mesmo bar que entramos de VIP na nossa primeira semana aqui. Sim, o mundo dá voltas. Enfim, voltamos pra porta do restaurante, onde a Carol estava trabalhando para esperá-la. Quando ela saiu, me trouxe uma quentinha com 3 Hot Dogs. Quando ela disse o que era, eu imaginei um hot com milho, ervilha, milho, batata palha... Então disse: “Opa, vou comer sozinho, por que a Gisele e o Victor estão de dieta!” Gisele ficou louca “Dieta o caralho. Não to de dieta PORRA nenhuma”. Quando eu abri a bolsa, não passava de pão, salsicha e palta (abacate salgado). Gisele disse na hora “Sim, pode dizer a ela que estou de dieta. Eu tentei tirar a palta de um e o Victor come os outros dois. Engraçado foi quando o Victor tirou a palta com a língua e ofereceu a Gisele. Ela teve ansa de vômito.
5º Daí, seguimos em busca da diversão. Encontramos o Gaúcho (um brasileiro que conhecemos em uma das Miércoles, que as meninas, em especial a Gisele, ficaram apaixonadas por ele). Ele nos convidou pra uma balada e topamos. A balada estava ótima! O que estragou, foi que só tocava eletrônico. Agora os tópicos daquela balada, que nunca vou esquecer:
- Tinha uma mulher de uns 3 metros que parecia que nunca tinha penteado os cabelos.
- Nunca fui tão fotografado em toda a minha vida
- O lugar era muito show! Tinha uma decoração vermelha que nunca vou conseguir explicar.
- Gisele não ficou com o Gaúcho. Mas chegou quase lá.
- Victor, até então, ainda não tinha ficado com a Carol.
- Fugimos da balada, sem avisar o Gaúcho. Aquelas músicas já estavam insuportáveis.
Legal, foi quando decidimos ir embora. Saímos disfarçadamente. Quando chegamos quase na saída, senti falta da Gisele e perguntei por ela. Victor e Carol falaram que ela tinha ido ao banheiro. Depois de quase 30 minutos a Gisele supostamente, ainda estava no banheiro. Fui até a porta do banheiro e gritei: “Ta cagando Gisele?” Todo mundo olhou, menos ela. Carol entrou no banheiro e descobriu que ela não estava lá dentro. Voltei pra pista pra procurá-la e ela estava lá com o Gaúcho, no ritmo da música, eu disse: “Vagabunda, piranha, filha da puta... O que você ainda está fazendo aqui? Me acompanha por favor? Foi assim que saímos de lá a procura de mais uma balada. Um amigo da Carol, que tinha trabalhado no restaurante aquele dia com ela, também estava com a gente. Entramos em um bar que tinha uma pista de dança e estava tocando umas músicas super legais. Eu e Gisele, assim que entramos, nos acabamos de dançar! Ah, deixa eu contar a parte que mais uma vez, fui barrado, mas dessa vez, foi por que a mulher pensou que não íamos consumir nada. Mas tudo bem, depois que ela viu que não eramos mendigos, nos deixou entrar. Engraçado também, foi quando uma mulher confundiu o amigo da Carol com o namorado dela e sentou do lado dele cheia de intimidades. Enfim, depois de bebermos, fomos dançar. Acreditem se quiser, o DJ colocou FUNK. Nossa, fiquei muito feliz. Nunca pensei que podia ficar tão feliz dançando “Um tapinha não dói”, “Tira a camisa” e “Um morto muito louco”. Carol e Victor se beijaram e eu e Gisele fugimos balada. Pegamos um táxi e chegamos em casa super rápido. Depois de não muito tempo, Victor e Carol também chegaram. Carol já entrou dizendo que ia me matar. Ela ficou um tempo aqui, depois foi pra casa do pai, que fica um quarteirão vizinho ao meu. Marcamos de ir ao cinema amanhã e tomar banho de piscina na casa dela. Fui deitar às 7:00, totalmente exausto! Oh dia!!
Volte sempre... Até!
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Comentário da Foto: Adorei a critica dessa pessoa:
Há 11 meses atrás, quando comecei a ler a quadrilogia vampirística da Stephanie Meyer, fiquei encantada com a intensidade dos personagens criados pela autora que, mesmo fictício, lhe faz sentir como algo possível e próximo. Isso, pois ela conduz a história de forma envolvente e única, com situações que todo mundo já viveu, ou vai viver um dia.

Desde então eu já sabia: seria impossível captar a energia dos livros e o mesmo envolvimento com os personagens nas adaptações para o cinema. Começou com o Crepúsculo, que foi feito de forma independente, pois não sabiam se ia fazer sucesso ou não. Como virou uma febre, a produção da segunda parte, o Lua Nova, foi totalmente diferente e melhor, é claro. Hoje fui ao cinema conferir como que ficou (em meio a histéricas e alucinadas fãs).

A história todos já sabem: Edward abandona Bella para seu próprio bem, depois dela ser quase ser atacada por Jasper, irmão dele. Em depressão, ela se aproxima de seu amigo Jacob, que logo se transforma em lobo e Bella se vê num mundo totalmente diferente dos vampiros, que é o que ela estava acostumada.

Muitas cenas foram cortadas e muitas foram 100% fiéis ao livro. Foi bem balanceado. Achei um pouco exagerada a forma que Edward fica porpurinado quando aparece no sol, sendo que no primeiro filme é bem discreto. Este exagero chegou a ficar estranho.

Impressionante como Taylor Lautner (Jacob) mudou pra conseguir ficar com o papel. Mesmo que pessoalmente, como conferi na coletiva de imprensa, ele não seja tudo isso. O Robert Pattinson (Edward) mal aparece no filme, mas aparece bem mais do que no livro, pois arranjaram uma forma diferente dele aparecer, mesmo que não seja fisicamente (quem leu sabe do que estou falando). Esta mudança eu gostei. Kristen (Bella) está sem sal e não tem nenhum ponto forte ou cena de destaque.

Em suma, o filme é feito para fãs que leram o livro. Quem não conhece a história pode ficar um pouco perdido com a rapidez que as coisas acontecem e se explicam. Pois nas 2h10 de duração muita coisa ficou de fora, o que é normal em adaptações. O final do filme é direto e reto, deixando um gosto de quero mais para o Eclipse, que estréia na metade do ano que vem. Agora só nos resta aguardar...

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Bom, eu tenho que confessar, que eu concordo com todas as palavras com o autor abaixo! Mas tenho que admitir, que ainda assim, eu AMEI os livros! Ah, acabei de saber que saiu mais um livro. Desse último que ele fala, eu não sabia! Sim, vou pesquisar melhor! Agora vamos a crítica de mais uma pessoa, mas agora, referente aos livros:

Escritos pela americana Stephenie Meyer, a popularidade dos livros da série para jovens e adultos composta por O Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse, Amanhecer e Sol da Meia-noite  atingiu números enormes. Com a adaptação para o cinema de Crepúsculo lançada em dezembro de 2008 no Brasil e uma venda de 1,3 milhões de livros no dia de lançamento de sua última edição, Meyer já não deve ter dúvidas de seu sucesso — de uma romancista de primeira viagem para o primeiro lugar dos mais vendidos, foi uma subida muito rápida.

Mas por quê? Para descobrir o motivo dos livros estarem inspirando legiões de fãs e dúzias de fan-sites, resolvi lê-los para conhecer o segredo de Meyer.

Para ser direto, querido leitor, eu fiquei horrorizado. Não apenas pela prosa doentia ou pela falta de escrita de qualidade, mas principalmente pelas obras serem insultantes em todos os níveis — para uma mulher, para um adolescente, para um estudante de literatura, até para um graduado em Harry Potter. O pior de tudo é que pouca gente parece perceber isso.

Crepúsculo (Twilight)  é a história do assim chamado “padrão” de garota do século XXI, Bella Swan (Bonita Swan?), que é objeto de desejo de não um, não dois, mas um total de 5 rapazes de estilo romântico. Desses, o mais importante é o misterioso e hilário Edward Cullen. Pra começar, Bella desempenha o miserável papel de donzela algumas vezes e depois de 200 páginas de um suspense mal desenvolvido, descobrimos que Edward é, de fato, um vampiro. Não precisa ter medo, no entanto, pois ele e sua família são o tipo de vampiro chamado “vegetariano”, preferindo animais ao invés de humanos e, inexplicavelmente, frequentando o ensino  médio. Esse primeiro livro trata do romance entre Bella e Edward e está constantemente inclinado a colocar Bella em situações perigosas para que seu adorado vampiro possa salvá-la.

Tudo bem, você está dizendo. É um pouco extravagante, mas por que é tão ruim? Primeiro de tudo, os livros apresentam uma heroína que dificilmente consegue dar um passo sem precisar de algum garoto para ajudá-la. Na verdade, a série apresenta visões sexistas em sua quase totalidade — o fato de que  Bella desiste de suas ambições e planos para a faculdade com objetivo de casar-se com Edward; o fato de que ela é representada como uma Eva moderna, implorando por sexo ao nobre e moral cavalheiro, enquanto ele deseja preservar sua virgindade; o fato de seu relacionamento ser perigosamente doentio; e finalmente o fato de que quase todas as personagens femininas apresentadas no livro são caricaturas desesperançosamente negativas.

Infelizmente, a série não melhora com os livros seguintes. Em  Lua Nova (New Moon) , Bella entra no que ela mesma descreve como estado de “zumbi” quando Edward a deixa. Na verdade, a autora “tão habilmente” coloca páginas em branco com os nomes dos meses como um mecanismo narrativo esdrúxulo para mostrar a profundidade da dor de sua heroína. E também para evitar ter que escrever a parte difícil. Bella se torna meio suicida; ela propositalmente se coloca em perigo e chega mesmo a pular de um penhasco ao ouvir a voz do amante em sua cabeça.

O que isso diz aos leitores, tendo em mente que a principal audiência está nas garotas de 12 a 17 anos, com tendências de impressionar-se com tragédias (não apenas elas, evidentemente)? Que elas devem sumir e ficar costurando por meses se o seu namorado deixá-las? Que não tem problema em arriscar a própria vida, desde que para estar perto de seu amor? Que mensagem apaixonante para dar a uma jovem!

O único aspecto brilhante de Lua Nova é o louvável Jacob Black, um membro da reserva La Push e recém transformado lobisomem. É nas cenas de Bella com Jacob que o leitor vislumbra verdadeiros traços de personalidade. Esse tipo de romance que vai crescendo com o tempo é certamente mais próximo da vida real de um adolescente do que aquele de nobres ideiais entre os amantes Edward e Bella. No entanto, adicionar outra trama (meio esquecida) bem quando Edward e Bella estão juntos, com Jacob sendo chutado como um cachorro, é algo questionável.

Eclipse. É nesse volume que o relacionamento de Bella e Edward toma os piores caminhos. Edward chega a remover o motor do carro de Bella para que ela não vá ver seu amigo Jacob, e ainda deixa sua irmã vampira raptá-la no fim de semana. Bella fica um pouco irritada com isso, é claro, mas acaba escrevendo coisas como “ele é só um pouco super-protetor” e “ele faz isso porque me ama” sobre esse comportamento de Edward. Meu caro leitor, eu realmente fiquei preocupado ao ler isso. Apesar de suas boas intenções (eles estão sempre sendo levados para o inferno, lembre-se), Meyer não apenas cria duas personagens completamente doentias com um relacionamento abusivo e perigoso, mas ela também romantiza e idealiza isso, não só entre Bella e Edward, mas com Bella e Jacob também. Que tipo de coisa isso pode virar na cabeça de um adolescente confuso?

Jacob, por fim, tem um bizarro transplante de personalidade e se transforma em um verdadeiro idiota nesse livro. Ele tenta beijar Bella à força, duas vezes, ignorando seus protestos e ameaça suicídio caso ela o recusar. Mas não é dessa vez que questões como abuso sexual, sexismo ou desigualdade vêm à tona na mente da personagem principal. Ao contrário, enquanto Jacob está a beijando à força (abuso sexual, diria você), Bella decide que está apaixonada por ele. O que é isso??

Joguei longe minha cópia de Eclipse  e estava pronto para esquecer que os livros existiram quando a crepúsculo-mania voltou com o lançamento de Amanhecer (Breaking Dawn). “Eu posso escrever esse artigo lendo apenas os três primeiros”, eu pensei comigo mesmo. No final, contudo, parcialmente por curiosidade e parcialmente como resultado de uma esperança irracional de que Meyer se superaria, decidi lê-lo.

Eu estava errado. Em Amanhecer, Meyer nos dá uma sinceridade desconcertante e, às vezes, assustadora para fechar a série. As várias centenas de páginas estão preenchidas com uma débil-doce-auto-indulgência e um flagrante despedimento de continuidade de realismo. Logo no início, Bella e Edward ficam “na horizontal” depois de uma longa espera (mas só depois do casamento, é claro, nós não podemos cair na tentação de tirar a virgindade de 107 anos de Edward). Bella, de alguma forma, fica grávida. Por favor, diz Meyer, nunca esqueça do fato de que todos os fluidos do corpo dos vampiros são substituidos por seu “veneno” ou que o esperma seca depois de três dias, imagine em um século. De forma ainda mais fantástica, o feto de vampiro/humano cresce a uma velocidade alarmante, tão rápido que Bella sente os “chutinhos” após duas semanas de gestação. Eu nunca estive grávido, mas não precisa ser muito inteligente para saber que há algo errado com esse quadro.

Vou poupar você dos detalhes do restante desse show de horror. Acredite, a cena de nascimento é algo que eu desesperadamente desejaria não ter lido (depois que o assim chamado “bebê” quebra a pelvis, a coluna vertebral e as costelas de Bella, Edward abre caminho com uma versão um tanto insalubre de cesárea: com seus dentes). Desculpe, eu tinha que partilhar minha dor. Bella se torna uma vampira super especial com poderes super especiais e vence o não-conflito do não-clímax. Ah, não se esqueça da sua incrível habilidade de ir caçar na floresta com vestido e salto.

Infelizmente, Twilight não acabou. Já foi lançado um novo livro chamado Sol da Meia-noite (Midnight Sun), mas dessa vez não vou cair na armadilha. O fato preocupante é que milhões de garotas continuarão lendo essa trama sexista sem importar-se com o resto do mundo, obcecadas com o “perfeito” Edward Cullen e o “quente” Jacob Black, fingindo ser Bella Swan e ignorando traços doentios de uma relação, assim como a protagonista.

Eu me pergunto o que aconteceu para que, duzentos anos depois de uma heroína feminista como Elizabeth Bennet, tenhamos retrocedido a ponto de uma “fêmea-heroína-literária”, como a personagem de Meyer o é, fazer tanto sucesso.

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